- 1 O que é estrabismo?
- 2 Classificações do estrabismo
- 3 Sobre os tipos de estrabismo
- 4 Causas do Estrabismo
- 5 Sintomas do estrabismo
- 6 Diagnóstico para estrabismo
- 7 Estrabismo tem cura?
- 8 Estrabismo em Adultos
- 9 Causas do Estrabismo em Adultos
- 10 Tratamento estrabismo :
- 11 Tipos de Tratamento para estrabismo e suas Eficácias:
- 12 Risco cirúrgico
- 13 Perguntas Frequentes

Resumo: Os cuidados com os olhos e com a boa visão devem ser iniciados já nos primeiros meses de vida. Entenda o que é o estrabismo, quais seus tipos, quando ocorre, e suas principais causas. Saiba também como é diagnosticado, quais suas consequências e tratamentos mais eficazes, além de quando deve-se procurar ajuda especializada.
O que é estrabismo?
Estrabismo é um distúrbio que altera o alinhamento dos olhos fazendo com que cada olho aponte para uma direção diferente, e assim comprometendo o paralelismo entre os olhos. Esse distúrbio pode aparecer em qualquer fase da vida, desde bebês pequenos até idosos, e por diferentes razões. É importante realizar uma consulta com o oftalmologista especialista em estrabismo quando:
- Percebe-se perda do alinhamento entre os olhos
- Percebe-se visão dupla, ou seja, imagens duplicadas
Lembre-se: o estrabismo ocorre em cerca de 3% das crianças, e que se o tratamento não for precoce, pode haver alguma perda de visão.
Classificações do estrabismo
O estrabismo pode ser classificado em esotropia ou convergente, quando um ou os dois olhos apontam para dentro (para o nariz); exotropia ou divergente, quando um ou ambos os olhos se deslocam para fora e em hipertropia ou vertical, quando um ou os dois olhos apontam para cima ou para baixo.
É importante observar que esses desvios podem ser monoculares, quando ocorrem sempre no mesmo olho, ou alternantes, quando aparecem ora em um, ora em outro olho. Os desvios alternantes são relativamente mais funcionais que os monoculares pois a acuidade visual pode ser semelhante em ambos os olhos, já nos monoculares um olho apresenta visão normal e o outro (com desvio) pode apresentar perda progressiva da visão.
Há ainda os desvios intermitentes, quando ocorrem de vez em quando ou latentes, quando o olho fica desalinhado apenas em algumas situações. É frequente perceber o desalinhamento dos olhos principalmente em fotografias. Nos desvios latentes o alinhamento é corrigido pelo cérebro, mantendo um aparente alinhamento e permitindo a fusão das imagens que chegam ao sistema nervoso central, partindo de cada um dos olhos. Esses tipos de estrabismo podem não causar sintomas e passar despercebidos, sendo diagnosticados apenas pelo oftalmologista especialista em estrabismo.
Há ainda a classificação relativa ao ângulo do desvio. É chamado concomitante quando o ângulo de desvio é constante em todas as direções ou paralítico, caso o ângulo seja variável conforme a direção do olhar.
O estrabismo pode aparecer em qualquer fase da vida, desde bebês até idosos, mas vale ressaltar que, até completar 3 meses o bebê ainda está aprendendo a controlar o movimento dos olhos. Essa falta de controle não caracteriza disfunção ou estrabismo.

Sobre os tipos de estrabismo
- Convergente: um olho fixa o objeto (fixador) e o outro (adelfo) desvia para dentro
- Divergente: um olho é fixador e o adelfo aponta para fora
- Vertical: a pessoa vê duas imagens de um mesmo objeto, um “em cima” do outro. É comum que essa pessoa incline a cabeça para um dos lados (torcicolo )tentando evitar a visão dupla (diplopia)
- Paralitico: é um desvio mais frequentemente adquirido. Costuma ser maior quando a pessoa olha para o lado do musculo paralisado e menor quando olha na direção contrária.
- Acomodativo ou refrativo: costuma ocorrer por volta dos dois a três anos de idade como consequência de graus altos de hipermetropia. Ao corrigir a refração (grau dos óculos), o estrabismo pode desaparecer.
- Intermitente: os olhos desalinham momentaneamente em decorrência da labilidade muscular desencadeada, por exemplo, pelo cansaço, distração, estimulação solar, aumento da temperatura corporal ou alterações emocionais
- Pseudo-estrabismo ou falso estrabismo: é a falsa impressão de desvio ocular devido a existência de uma prega de pele no canto interno dos olhos (epicanto)
- Latente: manifesta-se quando há obstrução da visão de um dos olhos.
- Congênito: quando aparece desde o nascimento ou nos primeiros meses de vida. As causas podem ser desconhecidas.
Causas do Estrabismo
Nervos cranianos conectados ao sistema nervoso central são os responsáveis por controlar os seis músculos que comandam o movimento de cada um dos olhos. A ação equilibrada e sincronizada desses músculos garante que os olhos permaneçam alinhados.
Entretanto, alguns fatores podem comprometer o funcionamento normal de um ou mais dos integrantes desse sistema, como por exemplo:
- Dificuldade motora
- Grau elevado de hipermetropia (o que obriga a aproximação forçada dos olhos para tentar compensar a dificuldade de visão (esotropia acomodativa)
- Baixa visão em um dos olhos
- Doenças neurológicas como AVC (derrame) ou traumas cerebrais
- Condições genéticas como a síndrome de Down
- Problemas oculares como a catarata congênita
- Doenças infecciosas como a meningite ou encefalite
- Problemas na tireoide
- Diabetes
- Hereditariedade
Sintomas do estrabismo
Os sintomas do estrabismo não são iguais em todas as idades. Quando a alteração se manifesta nos primeiros anos de vida, ainda não há referência ao principal sintoma, que é a diplopia (visão dupla). As crianças desenvolvem um mecanismo de supressão e apagam a imagem formada pelo olho que sofreu o desvio. Esse mecanismo tem uma grave consequência, que é o não desenvolvimento da região do cérebro responsável pela visão desse olho e, por isso, pode levar a perda visual irreversível. Esse problema é chamado de ambliopia e é frequente em crianças que não foram submetidas a exames de visão de rotina com oftalmologistas infantis (oftalmopediatras) ou oftalmologistas especialistas em estrabismo. Outro sintoma observado em crianças é a postura anômala, movimentação corporal descoordenada, e apertar ou cobrir um dos olhos.
O estrabismo infantil está relacionado à falta de controle muscular, e não com a força muscular.
Diferente das crianças menores, a diplopia é uma queixa frequente em crianças maiores e adultos. Pode ser acompanhada de dor de cabeça, torcicolo e uma inclinação característica da cabeça que a pessoa estrábica faz na tentativa de enxergar melhor.
Diagnóstico para estrabismo
Quando a pessoa busca o oftalmologista, um dos testes fundamentais que é realizado é o teste do reflexo de luz na córnea. Ele avalia se o foco de luz está centralizado nas duas córneas e é essencial para diagnosticar o estrabismo. Outros exames também são necessários, como os de acuidade visual, de fundo de olho, de oclusão e movimento ocular. Já para avaliar o tamanho do desvio é realizado o covertest. Todos eles são úteis para avaliar a saúde normal dos olhos ou para a confirmação do diagnóstico de estrabismo, além de verificar se o aparente desvio não está sendo provocado por um falso estrabismo. Isso pode acontecer quando há uma alteração anatômica frequente causada pela base do nariz mais larga associada a uma prega de pele que recobre a parte branca dos olhos (esclera), dando a falsa impressão de estrabismo, quando, de fato, os olhos estão bem alinhados.
Estrabismo tem cura?
Na grande maioria dos casos adequadamente tratados, o estrabismo tem cura.
A pergunta “estrabismo tem cura?” é frequente nos consultórios de oftalmologia. A resposta, no entanto, não é tão simples quanto um “sim” ou “não”. O estrabismo pode ser tratado e, em muitos casos, corrigido com sucesso, mas a definição de “cura” depende do tipo e da gravidade do estrabismo, da idade do paciente e da resposta ao tratamento.
Em crianças pequenas, com diagnóstico e tratamento precoces, as chances de correção completa do desalinhamento ocular e recuperação da visão binocular são maiores. O tratamento pode envolver o uso de óculos, tampão ocular, toxina botulínica ou cirurgia de estrabismo. Em alguns casos, a combinação de diferentes abordagens terapêuticas é necessária.
Já em adultos, o tratamento do estrabismo visa principalmente melhorar o alinhamento ocular e reduzir os sintomas, como a visão dupla. A “cura” completa, no sentido de restaurar a visão binocular perfeita, pode ser mais difícil de alcançar em adultos, dependendo da causa e da duração do estrabismo.
É importante destacar que o estrabismo não desaparece sozinho. Ignorar o problema pode levar a complicações como ambliopia (olho preguiçoso) e perda permanente de visão. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais.
Estrabismo em Adultos
O estrabismo, embora frequentemente associado à infância, também pode afetar adultos. Ele pode persistir desde a infância, surgir como consequência de uma condição preexistente ou ser adquirido devido a outras doenças ou lesões. A manifestação mais comum do estrabismo em adultos é a visão dupla (diplopia), um sintoma que impacta significativamente a qualidade de vida, afetando a leitura, a condução e outras atividades diárias.
Causas do Estrabismo em Adultos
- Trauma ocular ou craniano: Lesões diretas nos olhos ou na região da cabeça podem danificar os músculos oculares ou os nervos que controlam sua movimentação, resultando em desalinhamento.
- Baixa visão prolongada em um dos olhos: Quando um olho apresenta baixa visão por um período prolongado, o cérebro pode começar a suprimir a imagem desse olho, levando ao desvio. Condições como catarata, degeneração macular e retinopatia diabética podem causar baixa visão e contribuir para o estrabismo.
- Cirurgias oculares, faciais ou neurológicas: Intervenções cirúrgicas na região dos olhos, face ou cérebro podem, em alguns casos, afetar os músculos oculares ou os nervos responsáveis por seu controle, desencadeando o estrabismo.
- Doenças crônicas: Condições como diabetes mellitus e hipertensão arterial podem danificar os vasos sanguíneos que irrigam os nervos que controlam os músculos oculares, aumentando o risco de estrabismo. A retinopatia diabética, por exemplo, pode levar à perda de visão e consequentemente ao estrabismo.
- Doenças neuromusculares: Miastenia gravis, esclerose múltipla e outras doenças neuromusculares podem afetar a transmissão nervosa para os músculos oculares, causando estrabismo.
- Alterações na tireoide: A doença de Graves, uma condição autoimune que afeta a tireoide, pode causar inflamação e inchaço dos músculos oculares, levando ao estrabismo.
- Acidentes vasculares cerebrais (AVCs): AVCs podem danificar áreas do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos oculares, resultando em estrabismo
Tratamento estrabismo :
O primeiro passo do tratamento é corrigir as causas que possam estar contribuindo para o aparecimento do desvio. Os resultados aparecerão mais rapidamente se o tratamento for iniciado precocemente. Portanto, procurar o oftalmologista infantil, oftalmopediatra ou especialista em estrabismo assim que perceber anormalidades pode garantir melhores resultados. Com o objetivo de corrigir os problemas visuais, são aplicadas medidas terapêuticas como a aplicação de colírios, uso de óculos, exercícios para o fortalecimento dos músculos oculares, uso de tampões para estimular o olho com deficiência e aplicação de medicação nos músculos oculares, como a toxina botulínica.
Quando o desvio se mantém mesmo após o tratamento das causas, a correção pode ser feita através da cirurgia de estrabismo. O tamanho do desvio é determinante para o médico avaliar se será necessário operar os músculos de um ou ambos os olhos. Em alguns casos, é indicada a aplicação de toxina botulínica (botox) como alternativa ao procedimento cirúrgico.
Tipos de Tratamento para estrabismo e suas Eficácias:
- Óculos: Eficazes na correção de erros refrativos que contribuem para o estrabismo. Em alguns casos, os óculos podem ser suficientes para corrigir o desalinhamento ocular, principalmente em crianças com hipermetropia.
- Tampão Ocular: O tampão é usado para tratar a ambliopia, fortalecendo o olho mais fraco. Não corrige diretamente o estrabismo, mas melhora a visão binocular.
- Toxina Botulínica: As injeções de toxina botulínica podem relaxar os músculos oculares, melhorando temporariamente o alinhamento dos olhos. Não é uma solução definitiva, mas pode ser útil em alguns casos, principalmente em adultos ou como tratamento complementar à cirurgia.
- Cirurgia: A cirurgia de estrabismo é um procedimento eficaz para corrigir o desalinhamento ocular. Na maioria dos casos, a cirurgia proporciona uma melhora significativa no alinhamento e na visão binocular. No entanto, em alguns casos, pode ser necessário realizar mais de uma cirurgia ou combinar a cirurgia com outros tratamentos.
- Terapia visual: Exercícios oculares podem ajudar a melhorar a coordenação e a visão binocular.
- Óculos com prismas: Prismas são lentes especiais que desviam a luz, ajudando a alinhar as imagens e reduzir a visão dupla.
Risco cirúrgico
Como qualquer cirurgia, a cirurgia de estrabismo tem riscos. O principal deles é o estrabismo residual, quando, após a cirurgia, o olho apresenta algum desvio.
De forma geral, as taxas de sucesso da cirurgia são altas. Oftalmologistas especialistas em cirurgia de estrabismo são os profissionais qualificados para realizar esse tipo de procedimento.
Perguntas Frequentes
O diagnóstico é feito por um oftalmologista através de um exame oftalmológico completo, que inclui: Teste do reflexo corneano (teste do olhinho), Teste de cobertura, Teste de Hirschberg, Avaliação da acuidade visual, Exame de fundo de olho,
Tampão ocular, Toxina botulínica, Cirurgia de estrabismo, Terapia visual (ortóptica), Prismas
Sim, a cirurgia é geralmente segura, mas como qualquer procedimento cirúrgico, envolve riscos potenciais, como infecção, sangramento e visão dupla persistente. Complicações graves são raras.
Em alguns casos, o estrabismo pode retornar após a cirurgia, especialmente se o desalinhamento for muito grande ou se houver alguma condição médica subjacente
Sim, o estrabismo pode causar constrangimento e afetar a autoestima, principalmente em crianças maiores. O tratamento pode ajudar a melhorar a aparência e a confiança da criança.
Se você notar qualquer sinal de estrabismo em seu filho, como desalinhamento dos olhos, inclinação da cabeça para enxergar ou visão dupla, procure um oftalmologista o mais breve possível. A detecção e o tratamento precoces são essenciais para o melhor resultado visual.
Atenção!
- Não é verdade que qualquer tipo de estrabismo desaparece com o crescimento da criança. Assim que notada qualquer alteração nos olhos, a criança deve ser levada a um oftalmologista infantil.
- O estrabismo pode ser tratado em qualquer idade, porém é importante observar que, quanto antes o tratamento for iniciado, mais rápido e melhores serão os resultados. Outro fator essencial é seguir o tratamento com rigor. Estrabismo não tratado pode ocasionar a perda visual do olho com desvio.
Dra Iara Debert atende na Clinica OIE.
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5 comentários em “Estrabismo : O que é, Diagnósticos e tratamentos”
Tenho estrabismo, tenho muita vergonha para olhar no olho das pessoas, algumas chegam dizer “para onde vc esta olhando” isso me chateia muito, mas graças a Deus vou fazer minha cirurgia. Mas breve estou ai para fazer minha cirurgia
Ficamos muitos felizes com a realização do tratamento de estrabismo, e que a cirurgia para o estrabismo melhor sua auto estima no dia a dia .
Dra. Iara, meu filho foi diagnosticado com estrabismo e eu estou preocupada com a cirurgia. Ele tem apenas 4 anos, a cirurgia é muito invasiva nessa idade? Quais são os cuidados que devo ter no pós-operatório?
Compreendo sua preocupação com a cirurgia, é natural que os pais se sintam apreensivos quando se trata da saúde dos filhos. A cirurgia de estrabismo, embora seja um procedimento cirúrgico, é realizada com técnicas minimamente invasivas, através de pequenas incisões. Em crianças, geralmente é feita sob anestesia geral, o que garante o conforto e a segurança do paciente durante todo o procedimento.
Quanto aos cuidados pós-operatórios, eles são essenciais para uma boa recuperação e para garantir o sucesso da cirurgia. Normalmente, recomendamos:
Uso de colírios e pomadas: Para prevenir infecções e controlar a inflamação.
Compressas geladas: Para reduzir o inchaço e o desconforto.
Repouso relativo: Evitar atividades físicas intensas e esfregar os olhos.
Controle da dor: Utilizar analgésicos prescritos pelo médico, se necessário.
Acompanhamento oftalmológico: Retornos regulares ao consultório para monitorar a cicatrização e o alinhamento dos olhos.
Na maioria dos casos, as crianças se recuperam rapidamente da cirurgia de estrabismo e podem retornar às suas atividades normais em poucos dias. É importante seguir rigorosamente as orientações médicas e comparecer a todas as consultas de acompanhamento para garantir o melhor resultado possível.
Eu conheço a Dra. Iara Debert , foi a melhor oftalmologista infantil e especialista em estrabismo que conheci , sou grata por me trazer novamente a alta estima em sair . e conteúdo de qualidade esse artigo para quem busca informações sobre estrabismo