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Cirurgia de Estrabismo : Um Guia Completo para Pais e Pacientes

O estrabismo, popularmente conhecido como “vesguice” ou “olho torto”, é uma condição oftálmica caracterizada pelo desalinhamento dos olhos, onde um ou ambos desviam do ponto de fixação. Afeta cerca de 4% da população infantil mundial e, se não tratado, pode levar a consequências significativas para a visão. A cirurgia de estrabismo é um procedimento eficaz para corrigir esse desalinhamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Este guia abrangente e embasado em dados científicos, aborda todos os aspectos da cirurgia, desde as indicações e contraindicações até os cuidados pós-operatórios e os possíveis riscos. Esclarecemos dúvidas frequentes, fornecemos informações essenciais e trazemos exemplos reais para auxiliar pais e pacientes no processo de tomada de decisão.

O que é Estrabismo?

O estrabismo ocorre devido a um desequilíbrio na ação dos músculos extraoculares, responsáveis pela movimentação dos olhos. Normalmente, seis músculos controlam a posição e o movimento de cada olho, trabalhando em perfeita sincronia para garantir que ambos os olhos fixem no mesmo ponto. No estrabismo, essa harmonia é rompida, causando o desalinhamento. Isso pode afetar a visão binocular (capacidade de usar os dois olhos simultaneamente para enxergar uma única imagem tridimensional), a percepção de profundidade e, em casos mais graves, pode levar à ambliopia, ou “olho preguiçoso“, uma condição na qual o cérebro ignora a imagem do olho desviado, resultando em perda visual.

Tipos de Estrabismo:

O estrabismo pode ser classificado de acordo com a direção do desvio:

  • Esotropia: O olho desvia para dentro (convergente). É o tipo mais comum de estrabismo, representando cerca de 75% dos casos. Um estudo publicado no Journal of American Association for Pediatric Ophthalmology and Strabismus (AAPOS) mostrou que a esotropia congênita, presente desde o nascimento, é mais frequente em meninos.
  • Exotropia: O olho desvia para fora (divergente). Pode ser intermitente, ocorrendo apenas em momentos de cansaço ou distração, ou constante.
  • Hipertropia: O olho desvia para cima.
  • Hipotropia: O olho desvia para baixo.

Além da direção, o estrabismo também pode ser classificado como:

  • Concomitante: O ângulo de desvio permanece o mesmo em todas as direções do olhar.
  • Incomitante: O ângulo de desvio varia conforme a posição do olho. Geralmente associado a paralisias ou restrições musculares.

Para Quem é Indicada a Cirurgia de Estrabismo?

A cirurgia é geralmente indicada para:

  • Corrigir o desalinhamento ocular que não responde a tratamentos conservadores: Óculos, prismas ou toxina botulínica podem ser eficazes em alguns casos, mas quando não há melhora significativa do alinhamento, a cirurgia pode ser necessária.
  • Restaurar ou melhorar a visão binocular: A cirurgia visa realinhar os olhos para que o cérebro possa fundir as imagens de ambos os olhos em uma única imagem tridimensional, permitindo uma melhor percepção de profundidade.
  • Tratar a ambliopia: Em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária para melhorar o alinhamento e permitir que o cérebro utilize ambos os olhos, prevenindo ou tratando a ambliopia.
  • Melhorar a autoestima e a qualidade de vida: O estrabismo pode causar constrangimento e afetar a interação social. A correção cirúrgica pode melhorar a autoestima e a confiança do paciente.

Para Quem NÃO é Indicada a Cirurgia de Estrabismo?

A cirurgia pode ser contraindicada em casos de:

  • Infecções oculares ativas
  • Doenças sistêmicas descompensadas
  • Problemas de coagulação sanguínea
Imagem representativa de situações que contraindicam a cirurgia de estrabismo, como infecção ocular ou doença sistêmica descompensada.
A cirurgia de estrabismo é um procedimento eficaz, mas nem sempre é indicada. Em casos de infecções oculares, doenças sistêmicas descompensadas ou outras condições específicas, o procedimento pode ser contraindicado

Como é Feita a Cirurgia de Estrabismo?

A cirurgia é realizada sob anestesia geral em ambiente hospitalar. O cirurgião oftalmologista especializado em estrabismo realiza pequenas incisões na conjuntiva (membrana que recobre o olho) para acessar os músculos extraoculares. Os músculos podem ser reposicionados, encurtados ou alongados, dependendo do tipo e grau de desalinhamento. As incisões são pequenas e geralmente ficam escondidas sob a pálpebra. Os pontos são absorvidos espontaneamente pelo olho, não sendo necessária a retirada de pontos no pós-operatório.

Cuidados Pós-Operatórios:

  • Uso de colírios e pomadas antibióticas e anti-inflamatórias.
  • Compressas geladas para reduzir o inchaço.
  • Repouso relativo, evitando locais contaminados. Retorno ao oftalmologista para acompanhamento

Riscos da Cirurgia:

Como em qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos associados à cirurgia de estrabismo, embora sejam raros:

  • Infecção
  • Sangramento
  • Visão dupla (diplopia)
  • Correção insuficiente ou excessiva
  • Perfuração do globo ocular (extremamente raro)

Acesso aos Músculos Oculares na Cirurgia:

O cirurgião acessa os músculos extraoculares através de pequenas incisões na conjuntiva. A técnica cirúrgica varia de acordo com o tipo de estrabismo e os músculos afetados.

Sutura Ajustável:

Em alguns casos, especialmente em cirurgias complexas, o cirurgião pode optar por usar suturas ajustáveis. Essas suturas permitem que o alinhamento ocular seja ajustado, caso necessário, para obter o melhor resultado possível.

A Cirurgia é Definitiva?

Na maioria dos casos, a cirurgia de estrabismo é eficaz na correção do desalinhamento ocular. No entanto, em alguns casos, pode haver recidiva do estrabismo, principalmente em pacientes com alterações neurológicas ou desequilíbrios musculares complexos. Nesses casos, uma nova cirurgia pode ser necessária

A Cirurgia Causa Dor?

A cirurgia é realizada sob anestesia geral, portanto, o paciente não sente dor durante o procedimento. No pós-operatório, pode haver algum desconforto, inchaço e vermelhidão, geralmente controlados com colírios e analgésicos comuns.

Valor da Cirurgia:

O valor da cirurgia varia conforme a complexidade do caso, o hospital, o plano de saúde e a experiência do cirurgião. É fundamental realizar uma consulta com um oftalmologista especializado em estrabismo para uma avaliação individualizada e um orçamento detalhado.

Dúvidas Frequentes:

A cirurgia pode ser realizada em bebês?

Sim, em alguns casos de estrabismo congênito, a cirurgia pode ser realizada nos primeiros meses de vida.
 

O estrabismo pode voltar após a cirurgia?

Sim, em alguns casos pode haver recidiva. Se necessário, a cirurgia pode ser realizada mais de uma vez para obter resultado satisfatório.

Quais são os sinais de alerta no pós-operatório?

Quais são os sinais de alerta no pós-operatório? Dor intensa, secreção purulenta, diminuição da visão, sangramento.

Conclusão

A cirurgia de estrabismo é um procedimento seguro e eficaz na correção do desalinhamento ocular, proporcionando melhora funcional, estética, e na qualidade de vida dos pacientes. A escolha do cirurgião, os cuidados no pré e pós-operatório, e o acompanhamento regular com o oftalmologista são fundamentais para o sucesso do tratamento.

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Dra. Iara Debert

Oftalmologista Infantil e especialista em estrabismo

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Clínica especializada em oftalmologia infantil