O que os Pais Devem Saber (Com Orientações da Dra. Iara Debert)
A visão é uma das nossas janelas mais preciosas para o mundo, especialmente durante a infância, uma fase de descobertas e aprendizado intenso. No entanto, algumas condições oculares podem surgir cedo e, se não identificadas e tratadas adequadamente, podem impactar o desenvolvimento visual e a qualidade de vida da criança. O astigmatismo infantil é uma dessas condições, mais comum do que muitos pais imaginam.
Observar seu filho fazendo um esforço extra para focar, seja apertando os olhinhos para ver a lousa ou aproximando demais o rosto de livros e telas, ou mesmo queixas frequentes de dor de cabeça, podem ser sinais de alerta. Nesses momentos, a preocupação é natural, e a busca por um especialista se torna fundamental. A Dra. Iara Debert, referência nacional em oftalmologia infantil e estrabismo, destaca a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento especializado para garantir que as crianças com astigmatismo possam desfrutar de uma visão nítida e de um desenvolvimento pleno.
Este guia completo, elaborado com a expertise da Dra. Iara Debert, tem como objetivo esclarecer as principais dúvidas dos pais sobre o astigmatismo em crianças, desde o seu conceito básico até as formas de tratamento e acompanhamento.
O que é o Astigmatismo Infantil?
Para entendermos o astigmatismo, é útil primeiro compreender como funciona a visão normal. Quando os raios de luz entram em um olho saudável, eles passam por duas estruturas principais responsáveis pela refração (a capacidade de “dobrar” a luz): a córnea (a superfície transparente na frente do olho) e o cristalino (uma lente interna). Essas estruturas trabalham em conjunto para focar a luz em um único ponto sobre a retina, que fica no fundo do olho. A retina, por sua vez, converte essa luz em sinais elétricos que são enviados ao cérebro através do nervo óptico, permitindo-nos enxergar as imagens com clareza.
A Diferença no Olho com Astigmatismo: Múltiplos Pontos Focais
No caso do astigmatismo, essa focalização precisa da luz não acontece de maneira ideal. “No olho com astigmatismo, a córnea ou, menos frequentemente, o cristalino, apresenta uma curvatura assimétrica, mais ovalada, como uma bola de rúgbi, em vez de ser perfeitamente esférica como uma bola de futebol”, explica a Dra. Iara Debert. Essa irregularidade faz com que os raios de luz não se concentrem em um único ponto na retina, mas sim em múltiplos pontos, seja antes, depois ou em ambos os eixos da retina. O resultado é uma visão distorcida ou embaçada, tanto para perto quanto para longe.
É Comum Crianças Terem Astigmatismo?
Muitos pais se surpreendem e se preocupam ao receber o diagnóstico de astigmatismo para seus filhos. No entanto, a Dra. Iara Debert tranquiliza: “O astigmatismo é um erro refrativo bastante comum na infância. Estima-se que uma porcentagem significativa de crianças apresente algum grau de astigmatismo”. Em muitos casos, graus leves podem nem sequer causar sintomas perceptíveis ou requerer correção imediata, mas o acompanhamento oftalmológico é crucial para monitorar qualquer progressão.
Quais são as Causas do Astigmatismo em Crianças?
Uma das perguntas mais frequentes dos pais no consultório da Dra. Iara Debert é sobre a origem do astigmatismo infantil.
O Fator Genético: A Principal Influência
Na grande maioria dos casos, o astigmatismo tem uma forte ligação com a hereditariedade. “Se um ou ambos os pais têm astigmatismo, há uma probabilidade consideravelmente maior de que seus filhos também desenvolvam a condição”, afirma a Dra. Iara Debert. Isso significa que a forma irregular da córnea ou do cristalino é, frequentemente, uma característica herdada, presente desde o nascimento ou desenvolvendo-se nos primeiros anos de vida.
Outras Possíveis Causas Menos Comuns
Embora a genética seja o fator predominante, existem outras situações, menos frequentes, que podem levar ao desenvolvimento ou piora do astigmatismo em crianças:
- Traumatismos Oculares: Pancadas ou lesões diretas no olho podem, em alguns casos, alterar a curvatura da córnea.
- Cirurgias Oculares Prévias: Certos procedimentos cirúrgicos nos olhos, embora raros em crianças pequenas para outras finalidades, podem induzir astigmatismo.
- Doenças Oculares: Algumas doenças da córnea, como o ceratocone (embora mais comum na adolescência e idade adulta jovem), podem causar astigmatismo irregular.
É importante ressaltar que o uso excessivo de telas de computador, tablets ou smartphones, embora possa causar fadiga ocular e outros desconfortos, não é uma causa direta da forma irregular da córnea que caracteriza o astigmatismo. Contudo, pode exacerbar os sintomas em uma criança que já possui a condição.
Tipos de Astigmatismo Infantil
O astigmatismo pode ser classificado de algumas formas, e entender essas classificações pode ajudar os pais a compreenderem melhor o diagnóstico de seus filhos.

Astigmatismo Regular vs. Irregular
- Astigmatismo Regular: É o tipo mais comum. Nele, os dois principais meridianos da córnea (ou cristalino) são perpendiculares entre si, um sendo mais curvo e o outro mais plano. Este tipo de astigmatismo é geralmente corrigível com óculos ou lentes de contato convencionais.
- Astigmatismo Irregular: É menos comum e geralmente causado por cicatrizes na córnea devido a lesões, cirurgias ou condições como o ceratocone. Os meridianos não são perpendiculares, e a correção pode ser mais complexa, por vezes exigindo lentes de contato especiais.
Astigmatismo e sua Relação com Outros Erros Refrativos
Frequentemente, o astigmatismo não aparece isoladamente, podendo estar associado a outros erros refrativos, como a miopia (dificuldade para enxergar de longe) ou a hipermetropia (dificuldade para enxergar de perto, embora em crianças possa se manifestar de forma diferente devido à sua grande capacidade de acomodação).
- Astigmatismo Miópico: Ocorre quando o astigmatismo está associado à miopia. Um ou ambos os principais meridianos focam a luz antes da retina.
- Astigmatismo Hipermetrópico: Acontece quando o astigmatismo está associado à hipermetropia. Um ou ambos os principais meridianos focam a luz (teoricamente) atrás da retina.
- Astigmatismo Misto: Neste caso, um meridiano principal foca a luz antes da retina (miópico) e o outro foca atrás da retina (hipermetrópico).
“A identificação precisa do tipo e da combinação de erros refrativos é essencial para prescrever a correção óptica mais adequada para cada criança”, salienta a Dra. Iara Debert.
Sinais e Sintomas: Como Identificar o Astigmatismo no Seu Filho?
As crianças, especialmente as mais novas, nem sempre conseguem verbalizar claramente que não estão enxergando bem. Muitas vezes, elas acreditam que a forma como veem o mundo é a “normal”, pois não têm um parâmetro de comparação. Por isso, a observação atenta dos pais e educadores é fundamental.
A Dra. Iara Debert lista alguns sinais e sintomas que podem indicar a presença de astigmatismo ou outros problemas de visão em crianças:
Sintomas Visuais Comuns:
- Visão embaçada ou distorcida: As imagens podem parecer borradas, esticadas ou fora de foco, tanto para objetos próximos quanto distantes.
- Dificuldade em distinguir letras e números semelhantes: Por exemplo, confundir “H” com “M” ou “N”, “O” com “Q” ou “C”.
- Sensibilidade à luz (fotofobia): Desconforto em ambientes muito iluminados ou sob luz solar direta.
- Visão dupla ou sombras em torno das imagens.
Comportamentos que Podem Indicar um Problema:
- Apertar os olhos (franzir a testa): Uma tentativa instintiva de melhorar o foco e a nitidez da imagem.
- Inclinar ou virar a cabeça: A criança pode tentar encontrar um ângulo que minimize a distorção da imagem.
- Aproximar-se excessivamente de objetos: Chegar muito perto da televisão, de livros, cadernos ou do tablet para tentar enxergar melhor.
- Esfregar os olhos com frequência: Pode ser um sinal de cansaço visual.
- Piscar excessivamente.
- Fechar um dos olhos para enxergar melhor.
- Dificuldade de concentração em tarefas visuais: Como leitura, escrita ou atividades que exigem foco prolongado.
- Baixo rendimento escolar inexplicado: Dificuldades de aprendizado podem, por vezes, estar relacionadas a problemas de visão não corrigidos.
- Desinteresse por atividades que exigem boa visão de perto ou de longe.
Queixas Frequentes das Crianças (quando conseguem expressar):
- Dores de cabeça, especialmente após esforço visual (leitura, uso de computador).
- Cansaço visual ou “vista cansada”.
- Tontura ocasional.
Tabela de Sinais de Alerta do Astigmatismo Infantil:
| Categoria do Sinal | Exemplos de Sinais de Alerta |
| Queixas Visuais | Visão embaçada/distorcida, dificuldade com letras, sensibilidade à luz |
| Comportamentos | Apertar os olhos, inclinar a cabeça, aproximar-se de objetos, esfregar os olhos |
| Queixas Físicas | Dores de cabeça frequentes, cansaço visual, tontura |
| Desempenho/Interesse | Dificuldade escolar, falta de interesse em leitura/jogos visuais |
“É crucial que os pais estejam atentos a esses sinais. Mesmo que a criança não reclame, mudanças de comportamento ou dificuldades no aprendizado podem ser o primeiro indício de que algo não vai bem com sua visão”, aconselha a Dra. Iara Debert.
A Importância do Diagnóstico Precoce com a Dra. Iara Debert
Diagnosticar o astigmatismo precocemente é a chave para um tratamento eficaz e para evitar complicações futuras que podem afetar o desenvolvimento visual da criança.
Quando Levar a Criança ao Oftalmologista Pediátrico?
A Dra. Iara Debert recomenda um calendário de acompanhamento oftalmológico para as crianças:
- Teste do Olhinho (Teste do Reflexo Vermelho): Realizado ainda na maternidade ou nos primeiros dias de vida, pode detectar problemas congênitos graves, como catarata congênita, glaucoma congênito ou retinoblastoma, mas não erros refrativos como o astigmatismo.
- Primeira Consulta Oftalmológica Completa: Idealmente, a primeira avaliação oftalmológica completa deve ocorrer entre os 6 meses e 1 ano de idade. Nesta consulta, o oftalmologista pediátrico já consegue avaliar a presença de erros refrativos significativos, incluindo o astigmatismo, além de verificar o alinhamento ocular e a saúde geral dos olhos.
- Consultas de Rotina: Após a primeira avaliação, se tudo estiver normal, recomenda-se um novo exame por volta dos 3 anos e depois antes da fase de alfabetização, por volta dos 5-6 anos. A partir daí, consultas anuais ou bienais podem ser indicadas, dependendo do histórico da criança e das orientações da Dra. Iara Debert.
- Sempre que Houver Suspeita: Independentemente da idade ou do calendário de rotina, se os pais ou professores notarem qualquer um dos sinais e sintomas mencionados anteriormente, uma consulta com um especialista como a Dra. Iara Debert deve ser agendada o mais rápido possível.
Como é Feito o Diagnóstico do Astigmatismo Infantil?
O diagnóstico do astigmatismo é realizado através de um exame oftalmológico completo, que é adaptado para a idade e a capacidade de colaboração da criança. A Dra. Iara Debert utiliza uma combinação de testes:
Anamnese: Conversa detalhada com os pais sobre o histórico de saúde da criança, histórico familiar de problemas oculares, queixas e observações.

- Teste de Acuidade Visual: Mede a capacidade da criança de enxergar em diferentes distâncias. Em crianças pequenas que ainda não leem letras, são usados testes com figuras, símbolos ou o teste de olhar preferencial.
- Refração (Exame de Grau): É o exame fundamental para determinar a presença e o grau do astigmatismo, miopia ou hipermetropia. Em crianças, este exame é frequentemente realizado após a instilação de colírios cicloplégicos, que dilatam a pupila e paralisam temporariamente o músculo da acomodação (foco). “O uso do colírio é essencial em crianças, pois elas têm uma grande capacidade de acomodação que pode mascarar o grau real, especialmente a hipermetropia e, por vezes, o astigmatismo”, explica a Dra. Iara Debert. O oftalmologista pode usar um aparelho chamado retinoscópio ou um autorrefrator para obter uma medida objetiva do grau.
- Ceratometria ou Topografia Corneana: Estes exames medem a curvatura da córnea. A ceratometria mede a curvatura nos meridianos principais, enquanto a topografia corneana (ou tomografia) cria um mapa tridimensional detalhado da superfície da córnea, sendo muito útil para avaliar astigmatismos irregulares ou para planejamento de adaptação de lentes de contato especiais.
- Exame de Fundo de Olho (Fundoscopia): Permite avaliar a saúde da retina, do nervo óptico e dos vasos sanguíneos no interior do olho.
- Avaliação da Motilidade Ocular e Alinhamento (Teste Ortóptico): Verifica se há estrabismo ou outros problemas no movimento e coordenação dos olhos.
As Consequências do Astigmatismo Não Tratado
Se o astigmatismo significativo não for diagnosticado e corrigido precocemente, pode levar a algumas complicações:
- Ambliopia (Olho Preguiçoso): Se um olho tem um grau de astigmatismo (ou outro erro refrativo) muito diferente do outro, ou se o grau é muito alto em ambos os olhos, o cérebro pode começar a “ignorar” a imagem mais embaçada vinda do olho mais afetado. Com o tempo, isso pode levar a uma redução permanente da visão nesse olho, mesmo que o problema refrativo seja corrigido mais tarde. “A ambliopia é uma das principais preocupações no astigmatismo infantil não corrigido, especialmente antes dos 7-8 anos de idade, período crítico para o desenvolvimento visual”, alerta a Dra. Iara Debert.
- Dificuldades de Aprendizagem e Baixo Desempenho Escolar: Uma visão inadequada pode tornar a leitura, a escrita e a participação em atividades escolares um desafio, impactando o aprendizado e a autoestima da criança.
- Dores de Cabeça Crônicas e Fadiga Visual: O esforço constante para tentar focar pode levar a desconforto persistente.
Tratamentos para o Astigmatismo Infantil: Abordagens da Dra. Iara Debert
O objetivo do tratamento do astigmatismo em crianças é proporcionar uma visão nítida, aliviar os sintomas e prevenir complicações como a ambliopia, permitindo um desenvolvimento visual saudável. A Dra. Iara Debert define a melhor abordagem de tratamento caso a caso, considerando a idade da criança, o grau do astigmatismo, a presença de outros erros refrativos e o impacto na qualidade de vida.
Óculos de Grau: A Solução Mais Comum e Segura
Para a maioria das crianças com astigmatismo que necessitam de correção, os óculos são a primeira escolha de tratamento.
* Eficácia: As lentes dos óculos são especialmente desenhadas (lentes cilíndricas ou tóricas) para compensar a curvatura irregular da córnea ou do cristalino, permitindo que a luz foque corretamente na retina.
- Segurança e Praticidade: São seguros, fáceis de usar e de cuidar, mesmo para crianças pequenas. É importante escolher armações adequadas ao rosto da criança, confortáveis e resistentes.
- Adaptação: A maioria das crianças se adapta aos óculos em poucos dias ou, no máximo, em uma ou duas semanas. No início, algumas podem estranhar ou sentir um leve desconforto, mas isso geralmente passa rapidamente à medida que a visão se torna mais nítida. “Se a criança persistir com queixas de dor de cabeça ou tontura após duas semanas de uso dos óculos, é importante retornar à consulta para uma reavaliação”, orienta a Dra. Iara Debert.
Lentes de Contato: Uma Opção para Crianças Maiores e Adolescentes
As lentes de contato (geralmente gelatinosas tóricas) também podem corrigir o astigmatismo e podem ser uma opção em algumas situações:
- idade e Maturidade: Geralmente são consideradas para crianças mais velhas ou adolescentes que tenham maturidade e responsabilidade para manusear e cuidar adequadamente das lentes, a fim de evitar infecções ou lesões oculares. A Dra. Iara Debert avalia cuidadosamente cada caso.Prática de Esportes: Podem oferecer um campo de visão mais amplo e maior praticidade para atividades esportivas.
- Questões Estéticas ou Graus Elevados: Em alguns casos, podem ser preferidas por razões estéticas ou quando os graus são muito elevados, proporcionando uma melhor qualidade óptica.
Cirurgia Refrativa: Considerações para o Futuro
A cirurgia refrativa (como o LASIK ou PRK) é um procedimento que remodela a córnea para corrigir o astigmatismo e outros erros refrativos.
- Indicação: Geralmente não é recomendada para crianças, pois os olhos ainda estão em desenvolvimento e o grau pode mudar. “A cirurgia refrativa é tipicamente considerada apenas após os 18-21 anos, quando o grau já se estabilizou por pelo menos um ano”, informa a Dra. Iara Debert.
- Casos Excepcionais: Em situações muito raras e específicas de astigmatismo grave que não pode ser corrigido adequadamente com óculos ou lentes e que esteja causando ambliopia profunda, a cirurgia pode ser ponderada por uma equipe especializada, mas isso é uma exceção.
O Astigmatismo Infantil tem “Cura”?
É importante esclarecer que o astigmatismo, sendo uma característica da forma do olho, não tem “cura” no sentido de desaparecer espontaneamente ou com tratamentos não cirúrgicos. No entanto, ele é perfeitamente “controlável” ou “corrigível” com o uso de óculos, lentes de contato ou, futuramente, cirurgia refrativa. O objetivo do tratamento é neutralizar o erro de foco e permitir uma visão clara.
Tabela de Resumo das Opções de Tratamento:
| Opção de Tratamento | Idade Típica de Indicação | Vantagens Principais | Considerações Importantes |
| Óculos de Grau | Todas as idades | Seguro, eficaz, fácil de usar, prático para crianças | Adaptação inicial, escolha adequada da armação |
| Lentes de Contato | Crianças maiores/Adolescentes | Campo visual amplo, estética, bom para esportes | Requer maturidade para manuseio e higiene, risco de infecção |
| Cirurgia Refrativa | Após 18-21 anos (estabilizado) | Correção potencialmente definitiva do grau | Não indicada para crianças, riscos cirúrgicos, custo |
Adaptação e Acompanhamento
Após o diagnóstico e a prescrição do tratamento, o processo de adaptação e o acompanhamento regular com a Dra. Iara Debert são cruciais para o sucesso a longo prazo.
A Adaptação aos Óculos
A adaptação aos primeiros óculos, ou a uma nova prescrição, pode levar um tempinho. É normal que a criança estranhe a sensação da armação no rosto ou a nova forma de ver o mundo.
- Incentivo e Paciência: Os pais devem incentivar o uso constante dos óculos, conforme orientado pela Dra. Iara Debert.
- Comunicação: Conversar com a criança sobre como ela está se sentindo com os óculos pode ajudar a identificar qualquer problema.
- Verificação do Ajuste: Garantir que a armação esteja bem ajustada, sem apertar ou escorregar, é fundamental para o conforto.
Acompanhamento Regular com a Dra. Iara Debert: Por que é Crucial?
O grau do astigmatismo e de outros erros refrativos pode mudar à medida que a criança cresce. Por isso, as consultas de acompanhamento são essenciais.
- Monitoramento do Grau: A Dra. Iara Debert verificará se o grau dos óculos ou lentes de contato ainda está adequado.
- Avaliação do Desenvolvimento Visual: É importante monitorar a acuidade visual e garantir que não haja desenvolvimento de ambliopia.
- Ajustes no Tratamento: Se necessário, o tratamento será ajustado.
Em que Idade o Astigmatismo Costuma Estabilizar?
O grau do astigmatismo pode flutuar durante a infância e adolescência. Geralmente, tende a apresentar maior estabilidade no final da adolescência ou início da idade adulta, por volta dos 18 a 21 anos. É por isso que a cirurgia refrativa só costuma ser indicada após essa fase. Antes disso, as consultas anuais com a Dra. Iara Debert são recomendadas para verificar se houve mudança no grau e necessidade de atualizar a prescrição dos óculos ou lentes.
Mitos e Verdades sobre o Astigmatismo Infantil
Existem muitas informações circulando sobre problemas de visão, e é importante separar os mitos das verdades. A Dra. Iara Debert esclarece alguns pontos:
- Mito: Ler com pouca luz ou sentar muito perto da TV causa astigmatismo.
- Verdade: Esses hábitos podem causar cansaço visual, mas não causam a irregularidade na córnea que caracteriza o astigmatismo. No entanto, podem ser sinais de que a criança já tem um problema de visão e está tentando compensá-lo.
- Mito: Usar óculos “vicia” os olhos ou faz o grau aumentar.
- Verdade: Os óculos não pioram o grau nem causam dependência. Eles simplesmente corrigem o erro de refração existente, proporcionando uma visão nítida. O grau pode mudar devido ao crescimento e desenvolvimento natural do olho, não por causa do uso dos óculos.
- Mito: Astigmatismo é uma doença grave.
- Verdade: Astigmatismo é um erro refrativo, uma condição óptica, não uma doença ocular em si na maioria dos casos. Com a correção adequada, a criança pode levar uma vida perfeitamente normal. Apenas se não tratado pode levar a complicações como ambliopia.
- Mito: Exercícios para os olhos podem curar o astigmatismo.
- Verdade: Não há evidências científicas de que exercícios oculares possam alterar a curvatura da córnea ou do cristalino e corrigir o astigmatismo. A correção se dá por meios ópticos (óculos, lentes) ou cirúrgicos.
- Mito: Todas as crianças com astigmatismo precisam de óculos imediatamente.
- Verdade: Graus muito baixos de astigmatismo, especialmente se não causam sintomas ou não estão associados a risco de ambliopia, podem apenas ser acompanhados pela Dra. Iara Debert, sem necessidade de correção imediata. A decisão de prescrever óculos é individualizada.
Dicas da Dra. Iara Debert para a Saúde Ocular Infantil
Além do acompanhamento específico para o astigmatismo, a Dra. Iara Debert reforça a importância de cuidados gerais com a saúde ocular das crianças:
Alimentação Saudável: Uma dieta rica em frutas, vegetais (especialmente os de folhas verdes e os coloridos) e peixes (ricos em ômega-3) contribui para a saúde dos olhos.
- Limitar o Tempo de Tela: O uso excessivo de smartphones, tablets e computadores pode causar fadiga visual, ressecamento ocular e contribuir para o desenvolvimento ou progressão da miopia. Incentive pausas regulares (regra 20-20-20: a cada 20 minutos, olhar para algo a 20 pés – cerca de 6 metros – por 20 segundos) e atividades ao ar livre.
- Atividades ao Ar Livre: Estudos sugerem que o tempo gasto ao ar livre pode ter um efeito protetor contra o desenvolvimento da miopia.
- Iluminação Adequada: Garanta boa iluminação para leitura e estudos, evitando reflexos diretos nas telas ou papel.
- Proteção Solar: Use óculos de sol com proteção UV em crianças quando expostas ao sol forte, para proteger os olhos dos raios ultravioleta.
- Cuidado com Brinquedos Perigosos: Evite brinquedos pontiagudos ou que possam causar acidentes oculares.
- Não Esfregar os Olhos: Ensine as crianças a não esfregarem os olhos com força, pois isso pode, em alguns casos (como no ceratocone), ser prejudicial.
- Higiene: Lave as mãos regularmente para evitar levar infecções aos olhos.
Conclusão: O Papel Fundamental dos Pais e do Especialista
O astigmatismo infantil é uma condição comum, mas que exige atenção e cuidado. Identificar os sinais precocemente, buscar a orientação de um oftalmologista pediátrico experiente como a Dra. Iara Debert, e seguir o tratamento e acompanhamento recomendados são passos fundamentais para garantir que a criança desenvolva todo o seu potencial visual.
Lembre-se, pais e responsáveis são os primeiros observadores da saúde de seus filhos. Ao notar qualquer alteração no comportamento visual ou queixas relacionadas à visão, não hesite em procurar a Dra. Iara Debert. Com o suporte adequado, crianças com astigmatismo podem enxergar o mundo com clareza, participando ativamente de todas as fases do seu desenvolvimento com saúde e bem-estar.



